Em um grupo do Facebook chamado Mercadinhos e Mini-negócios, são postados diariamente, tópicos com temas que rendem ótimas lições. Eu mesmo, costumo acompanhar muitas delas, respondendo algumas que tenho conhecimento, e em outras, apenas observo os comentário, aprendendo muito.
Uma dessas histórias foi tão interessante que teve que virar matéria para nosso blog. O título por si só, já é /bem intrigante, não é? Isso por que, em São Paulo, até a presente data, 07/10/2021, o ICMS padrão é de 18%.
Vamos entender como isso é possível?
A pergunta original postada por um membro do grupo, foi:
– “Galera, me tirem uma dúvida? Quanto vocês pagam por mês em impostos? Vale a pena?”
Foram postas várias respostas bem legais, mas a que me chamou mais atenção, foi a do Antonio Guinosa, empresário, proprietário do supermercado Comercial Quero Mais, em Campinas, São Paulo.
Veja:
– “Estou no Lucro Real, compensa para quem fatura acima de 150mil. Entra 100% com nota fiscal e sai 100% com nota fiscal, ainda assim, o ICMS não passa de 1%, PIS e COFINS, 1,5%, imposto sobre o lucro (IRPJ), se não tiver lucro, é zero, se tiver, não passa de 1,5%. Em resumo, os impostos totais, ficam entre 1% e no máximo 5% do faturamento bruto da empresa.”
Agora, você deve estar se perguntando: Mas como eu faço isso na minha empresa? Como ele consegue isso?
Bom, eu também fiquei curioso, trabalhamos principalmente com empresas do Simples Nacional, temos clientes em São Paulo, mas até mesmo as empresas no Simples, com faturamento menor, na maioria das vezes pagam impostos mais altos do que esse. E por não conhecer a fundo, eu também curioso, perguntei ao Antonio como ele conseguia, principalmente o ICMS:
– “Antonio, o ICMS fica em torno de 1,5%? Tá bem baixo mesmo hein. Sabemos que, no lucro real, podemos creditar o ICMS de entrada, mas mesmo com esse creditamento, e abatimento dos produtos que ST (Substituição Tributária), ou beneficiados, como consegue um valor tão baixo?”
E abaixo você consegue entender o motivo, que foi brilhantemente explicado pelo Antonio:
– “Maicon, 25% do espaço físico da minha loja é hortifrúti, quase 30% das minhas vendas são FLV (Frutas, Legumes e Verduras) que são isentos de ICMS em SP, é claro que tem a exceção de alguns produtos como alho, amendoim, etc.
Tenho foco em conveniência.
Bebidas geladas representam 12% das minhas vendas e já vem com impostos pagos, pois são ST (CST = 10, 70, 60).
15% são carnes e laticínios refrigerados, quase todos com base de calculo reduzido. Poucos vêm com ST já pago.
Demais itens de mercearia, como cesta básica, também tem a base reduzida, e grande parte já vem com ST (CST = 60), pago pelo atacadista ou fabricante.
Bebidas quentes, que pagaria 25% de icms, as vendas não passam de 2% do faturamento.
Boa parte dos comerciantes não tem noção de formação de impostos, deixam para o contador. Se a empresa for de maior porte, deixa a cargo do departamento de compras, fiscal, etc., porém, os departamentos não se interagem, pois cada um tem sua especialidade, e geralmente, gerentes ou encarregados não são especialistas em tributos.
Quando se sabe detalhadamente os caminhos de cada tributo, você busca o melhor caminho para vender muito mais e pagar menos impostos. Quando não se tem conhecimento, deixa para uma pessoa cuidar, no caso. O contador por exemplo, vai ter dezenas de clientes para se preocupar, ou ainda, o especialista em impostos, só vai ter conhecimento específico.
Quando domina melhor a situação, você nada de braçada.
A precificação é feita para arrebentar mesmo naquilo que paga menos tributos, trazendo o cliente para loja e aqueles que pagam mais tributos, servir ao cliente.
O conceito conveniência e FLV, foge totalmente da concorrência de Atacarejos.”
E a minha reação foi de pura admiração:
– “Wow! Que aula Antonio! É exatamente o que você falou, as pessoas não sabem como funcionam seus impostos, deixam na mão de terceiros, mas, quando se tem que alinhar, estratégia tributária e modelo de negócio, o empresário precisa sim, estar por dentro de como funciona.
O que você está fazendo ai, vale ouro. É um exemplo a ser seguido por outros empresários.”
Já deu pra perceber que o Antônio é incrível e um ótimo empresário, não é?
E tem mais! No grupo do Facebook, o Antônio é um membro ativo, e sempre faz ótimas postagens e comentários. São verdadeiras aulas e servem de inspiração para muitos empresários, principalmente se você for do ramo supermercadista. Lá tem exemplos práticos de análise de margens, categoria de produtos, entre outras dicas.
Veja outros posts dele no grupo:
Postagens de Antonio Guinosa no grupo Mercadinhos e Mini-negócios
Como tudo é algo de muito valor, nós já pedimos ao Antônio, autorização para transformar alguns dos seus posts em matérias no nosso Blog. E ele prontamente aceitou! \o/. Sendo assim, daqui pra frente, veremos muitas outras histórias legais contadas pelo Antônio.
À você Antônio Guinosa, nossa gratidão por compartilhar essas histórias, e agora por permitir coloca-las no Blog Sismais, para que a mensagem possa ser levada a muitos outros empresários.
E à você que lê esta matéria, se gostou da história, comente aqui o que achou. Dê os parabéns ao Antônio, aqui ou no Facebook dele.
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Salve nosso blog nos seus favoritos, e fique por dentro. Seguem algumas dicas de leitura:
- 6 simples dicas de como gerenciar melhor o seu supermercado
- Importância de calcular o preço de venda corretamente
- Saiba como aumentar o fluxo de vendas do seu supermercado
- Planilha para Calculo correto do Preço de Venda e Lucro do Produto
(Se você está no Simples Nacional, esta é uma planilha gratuita, que ajuda a calcular o preço de custo de um produto).
Conheça também o sistema Maxpró ERP. Ele poderá ajudar você a extrair as informações que o Antônio citou acima:
Maxpró ERP – Sistema de gestão, especializado em supermercados do Simples Nacional.