Segundo uma pesquisa feita pela PWC no final de 2016; empresa familiar no Brasil representa 80% das 19 milhões de companhias existentes e contribuem com 50% do PIB nacional. Mesmo com esta representatividade grande no mercado econômico, apenas 12% dessas empresas consegue sobreviver após a terceira geração familiar assumir o comando. E os principais fatores que impedem esta continuidade são: o baixo investimento em inovação não só de produtos e serviços, como também do modelo de negócios e a falta de um planejamento sucessório consistente.
Este alto índice de falências, ocorre devido à alta informalidade na condução do negócio; como a ausência de cargos e departamentos estratégicos (como CEO e conselhos de administração) com profissionais independentes e qualificados, a falta de um programa de atração de novos talentos e devido aos grandes conflitos que ocorrem entre os herdeiros.
Esta mesma pesquisa da PWC apontou outro dado importante. Dos empresários entrevistados no Brasil, 79% esperam crescer nos próximos cinco anos. Já as expectativas não acompanham este número quando se refere às empresas familiares. Nas empresas de propriedade familiar apenas 19% delas têm um planejamento sucessório estruturado e só 34% dos gestores pensam em estratégias digitais.
Mesmo não sendo aplicável para todos os tipos de empresas, principalmente as pequenas, a primeira recomendação para prolongar a longevidade das empresas é criar um conselho de administração independente para profissionalizar a gestão e aumentar a transparência de suas atividades.
Esse conselho inibe o conflito de interesses entre os familiares e os do negócio em si, o que aumenta a confiança dos investidores. Ele também é importante para preparar melhor a empresa para as crises econômicas, explica Alexandre Fialho, CEO da Filosofia Organizacional.
Outro desafio para os herdeiros é conseguir mediar à inovação com os valores tradicionais da empresa familiar. É comum que um proprietário que toca seu negócio há décadas acredite que a sua maneira de conduzir o trabalho seja a ideal. “Por isso, o conselho de administração deve ser o contraponto do status quo. Aquilo que funcionou durante 30 anos com o empreendedor inicial pode não funcionar mais daqui para frente. Uma das missões do conselho é promover a cultura de inovação”, diz Eduardo Saggioro, sócio da Visagio Consultoria.
Para ocorrer à passagem de um cargo para outro familiar, é importante que a empresa tenha um excelente planejamento sucessório e que os membros da família estejam prontos e qualificados para assumir cargos de direção.
Segundo o estudo da PWC, 96% dos millennials jovens que nasceram entre 1982 e 2004 – que estão na linha de sucessão de empresas familiares afirmaram que querem gerar algum impacto na empresa usando a inovação, objetivos que foram reforçados justamente com a recessão.
“Percebendo a crise e o crescimento do mundo digital, os jovens querem se capacitar para colaborar e deixar a sua marca na gestão da empresa”, afirma Mary Nicoliello, especialista em empresas familiares da PWC.
Portanto; para que uma empresa familiar tenha vida longa é preciso ter o consenso entre os familiares de que é preciso investir no planejamento sucessório, saber a importância de se atualizar conforme as tendências do nicho de mercado e os mais velhos darem oportunidades para que os membros mais jovens e recém-formados possam trazer novidades para a gestão e execução dos trabalhos. Trazendo para a empresa uma junção de novidades somada à experiência.